sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Mamãe, você viu o cabelo dela?

Quem acompanha o blog mais de perto sabe do meu esforço em difundir reflexões contra o racismo e incentivar que nossas crianças se aceitem como são, independentemente de serem baixinhas, gordinhas, magrinhas, negras, com o cabelo liso ou com o cabelo crespo.

É uma batalha difícil uma vez que a mídia cria estereótipos ou padrões de beleza que julgam certos ou errados.

Não existe o certo ou o errado!

Feio ou o bonito.

Cada um é como é e, a aparência não pode ser jamais um motivo para nos tornar inferior ou superior a alguém.

Mas como ensinar isso a uma criança?

Percebi que involuntariamente venho cometendo um erro com a minha Iasmin.

Para incentivá-la a comer feijão, legumes ou frutas sempre usamos a frase:

“Come para o seu cabelo crescer! ” (Quem nunca?)

E talvez, de tanto usarmos esta frase ou de tanto a Iasmin ver ao seu redor cabelos diferentes ao seu, agora é ela quem nos surpreende com as perguntas:

“Mamãe, você viu o cabelo dela? ”

“Olha mamãe o cabelo da princesa! ”

“ Que bonito o cabelo dela! ”

“Mamãe, vamos pentear o seu cabelo? ”

Quando eu era criança, não gostava do meu cabelo. Era muito difícil entender porque todas as minhas coleguinhas tinham cabelos longos e só eu que não.

Se eu contar todas as minhas transformações, vocês vão rir das tragédias pelas quais meu cabelo já passou na busca de tentar ser igual ao que eu via na Tv ou na escola (vou pensar se até o final deste post crio coragem para postar as várias Rúbia’s que já fui).

Cortei curtinho (preciso criar essa coragem de novo), usei todos os tipos de relaxamentos possíveis, usei trancinha de plástico, até chegar nos alongamentos que eram o que me deixava mais satisfeita, mas, que não era meu!

Já contei aqui no Blog que resolvi tirar justamente para não criar uma falsa expectativa na Iasmin.
E ela está crescendo com um cabelo maravilhoso e cabe a mim ensina-la que ela tem toda a liberdade do mundo para ser o que é.

Meu cabelo minha identidade, não é assim que funciona?!

Foto pessoal: "Não quero brincar
com essas bonecas!"
E que este seja o lema da minha pequena, que já é muito vaidosa e passa horas na frente do espelho...
Ser natural é uma questão de coragem!

Na verdade, hoje vai muito além disso:

É um movimento político, levantar uma bandeira com orgulho e combater o preconceito.

Ainda vou realizar o sonho de presentear a Iasmin com bonecas negras.

Fico eufórica quando vejo algum lançamento e sinto muito por minha filha só brincar com bonecas loiras de olhos azuis.

Mas, temos primos maravilhosos, com cabelos mais lindos ainda, e que sem sombra de dúvidas já são exemplos para minha pequena.

Que ela cresça com a certeza de que não faz parte de uma minoria e sim, de um lindo povo que até então se escondia, mas, que aos poucos tem descoberto o seu valor, a sua importância na sociedade e que está se “empoderando” cada vez mais para provar que #duroeoseupreconceito.

E que eu também consiga me tornar um exemplo para minha filha (aos poucos estou me livrando da chapinha, ráh!)


Por mais bonecas como essas.Nós queremos!
Iasmin e alguns dos seus lindos primos.

Um pouco das várias Rúbia's que já fui
Até o próximo post!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

E lá se foi o nosso Carnaval...

Foto Pessoal: Baby Maravilha
Tudo que é bom dura pouco e assim foi o nosso carnaval!

Quatro dias perfeitos e em família....estávamos precisando de um momento assim.

A vovó foi para um sitio e a folia ficou por conta do papai, mamãe e Iasmin.

A grana estava curta para viajarmos também e ai o desafio foi se divertir sem sair de casa ou gastando quase nada.

Estou encantada com a evolução do carnaval mineiro. Na verdade com o carnaval de BH mais precisamente, pois, o carnaval do interior de Minas sempre “bombou”.

Agora aqui na capital era um deserto e não se via uma viva alma.

Vi nos noticiários que foram nada mais nada menos do que 1,6 milhão de foliões nas ruas de “Beagá”.

Olha que lindeza!

E assim nos encontramos nos blocos ou eventos que identificamos com a nossa cara.

Bloquinhos infantis não faltaram por aqui. Meu pesar foi apenas pelo fato deles se concentrarem na zona sul.

Mas, de última hora surgiram opções aqui na zona norte e nós marcamos a nossa presença! (não fui em todos que queria mas, valeu!)

Iasmin continua na fase do medo e crise dos dois anos e se assustava com tudo quanto é máscara ou pessoa fantasiada.

Até no bailinho da escolinha chorou e se acanhou enquanto não se acostumou.

Duda e Iasmin
A parte boa é que a Duda voltou e ai sim, tivemos uma “Vida Divertida” desde a sua chegada...

A mãe dela desistiu de tira-la da escolinha e amizade dessas duas continua a todo vapor e nos renderá boas histórias.

Passar um dia de Carnaval com elas foi magnifico e como sempre resultou em lindas fotos.

Demos um fugidinha  de um dia no sitio em que a vovó estava e voltamos com direito a um trio só nosso e sem sair de casa, onde Iasmin se esbaldou de baianinha.

De Baby Maravilha à baianinha!

Como disse, a vantagem do Carnaval é que nele podemos ser o que quiser...

E nele eu senti o gostinho do que realmente quero ser: mãe, esposa e dedicar a maior parte do meu tempo à minha família.

Como foi bom ficar mais próxima daqueles que amo e fazem a minha vida valer a pena.

Sem preocupar com relógio, sem a dor da despedida ou da ausência.

O Carnaval me fez sentir realizada mesmo que por apenas quatro dias.

Permitiu-me refletir sobre o que realmente me faz feliz...

E quem sabe desta reflexão não surgem novas decisões, escolhas ou caminhos?!

Não dizem por ai que a vida no Brasil só começa depois do Carnaval?

Talvez, uma nova vida comece pra gente a partir de agora...

Eu tomo posse!

Enquanto aguardamos as cenas dos próximos posts, fico na doce lembrança de um Carnaval incrível....

Segue as fotinhas tiradas “By Mamãe”...



Nosso carnaval foi em um "Encontro com Fernando Sabino"

Baby Maravilha em ação! Detalhe:
A fantasia foi da mamãe :)






"Baianinha"


Fotos Pessoais