quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Leia para uma criança!

Papai lendo para Iasmin aos 3 meses
 Já vasculhei esta internet de norte a sul e não acho a matéria em que vi só a chamada dizendo algo mais ou menos do tipo: “porque as crianças pedem para repetir as histórias”.

Fiquei de voltar para ler novamente e simplesmente perdi onde estava.

Agora estou com isso na cabeça, pois, a Iasmin sempre pede para repetir os contos e eu queria entender a justificativa.

De fato, desde que ela nasceu temos o hábito da leitura e a vantagem é que quanto mais o tempo passa, mais aumenta o interesse dela por livros.

Ontem foi sensacional!

Cheguei em casa e ela estava ligada no 220w!

Dançou, bateu palma, pediu para entrar no seu baú do Chaves (onde guardamos os brinquedos), pediu para tomar banho de novo, desenhou e por fim, já eram mais de 11 horas da noite.

Para ir diminuído sua bateria, sempre uso a leitura ou um DVD de música infantil que é batata.

Ontem fomos ler juntos.

Na primeira página o papai dormiu e ela continuou acesa. Acabei a história e ela pediu de novo. Li pela segunda vez e ela pediu novamente...na terceira ela contou a história da sua maneira para mim: “murri! ”

Me fez recordar um fato parecido que aconteceu comigo no passado: 

Como sabem, minha paixão por crianças vem antes mesmo da maternidade. Antes de fazer faculdade, era voluntária na igreja do bairro durante o grupo de oração. Ficava com as crianças enquanto os pais rezavam. Havia um garoto especial que exigia maior atenção. Eu tinha que ficar atenta se não ele batia nas outras crianças. Passei a prender a sua “agitação” com a leitura.

Ele mal chegava e já corria para pegar sempre a mesma história. Tivemos esta rotina por várias noites. Um determinado dia para minha surpresa ele disse: “Tia Rúbia, hoje eu vou contar!”

E mesmo com todas as suas dificuldades ele contou a história todinha e eu, é claro, não consegui conter a emoção.

Tantos anos depois, passo pela mesma situação com a minha filha e foi mágico.

O livro é o “Dorme, menino, dorme” de Laura Herrera da Coleção Itaú Criança que chegou para a Iasmin no último final de semana.

Um menino está acordado na noite escura. Não consegue dormir. Para ele, trazem música e canções, cobertores quentinhos e leite morno, mas só uma coisa o levará suavemente ao mundo dos sonhos.

A medida que ia lendo perguntava para a Iasmin quem era os personagens: papai, vovó, irmã, titia e assim vai.

Na versão dela, além de ter sons e gestos, os personagens ganharam nomes:

“Dorme, menino, dorme....para não ficar no escuro sua irmã traz cinco velas”
Iasmin levou o livro perto da boca e soprou as velas.
“Vai ficar escuro Iasmin, ele vai chorar...não apague as velas, olha aí a irmãzinha dele...”
Iasmin - É a Duda (melhor amiguinha da escola) e soprou as velas de novo...
“Dorme, menino, dorme...lá vem a titia com a sua mantinha”
Iasmin - Tia Andreia e a “luia”! (Sua tia na escolinha e a lua desenhada no livro)
“Dorme, menino, dorme...olha a vovó com seus passarinhos”
Iasmin (cantando) – Que voou, voou, voou... (da música 'Sabiá lá na Gaiola')
“E agora Iasmin o que aconteceu?
Iasmin – O papai do menino com a música...
“E o leitinho? ”
Iasmin – A dedeira estragou! (A mamadeira derramou)
“Dorme, menino, dorme... chega de perguntas! ”
Como ele se chama Iasmin?
Iasmin – José, e mimiu!(dormiu)
“ E agora a Iasmin vai dormir também! “
Iasmin – Dedeira!
E ela mamou e dormiu... fim!

(Peçam o livro e vejam como a versão da Iasmin bate com as ilustrações)

Imaginem como a mamãe babona aqui não ficou?

O papai só abria um olho e falava “aeeeeeee filha” (dormia de novo)

Conclusão: Leia para uma criança!

Já que não achei a matéria que eu queria,  soube que recentemente a SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria – comunicou que pediatras de todo País devem receitar livros para pacientes de zero a seis anos.

“Bebês que recebem o estimulo de escutar histórias podem se tornar adultos mais articulados, desenvoltos e inteligentes”.

E aí encontrei a resposta para o meu questionamento:

“Não importa repetir a mesma história para uma criança. O bebê não escuta a mesma história sempre. Ele descobre uma quantidade enorme de significados diferentes (resumindo perfeitamente o conto adaptado pela Iasmin). Além disso decora tudo. Está exercendo a memória. É uma operação extraordinária. ” – Evélio Cabrejo (Linguista da Universidade Sorbonne – França)

Eu quem diga!

Ouvir as histórias da minha pequena com certeza vai ser uma experiência fantástica! Tal como o menino da igreja, vai me marcar e me deixar orgulhosa para o resto da vida.

Compartilharei nossas aventuras com vocês!

Até o próximo post ou história de Iasmin.

Abraços!


Nenhum comentário:

Postar um comentário