Instagram Pessoal |
Olá
pessoal!
No
último sábado, aconteceu a Festa da Família na escolinha da Iasmin.
Eu
nunca tinha ido a uma e não me lembro se nos meus tempos de criança, elas
aconteciam.
O
objetivo de resgatar a presença e participação dos pais na escola é mais do que
louvável e eu fiquei encantada e emocionada com o que vi.
Definitivamente
nossos filhos se tornam outros quando estão no ambiente escolar.
Não
imaginava a quantidade de atividades que a Iasmin fazia na escolinha mesmo
sendo tão pequena e como ela fica a vontade neste seu mundinho particular.
Foto Pessoal |
A
sensação que tivemos é que ela queria nos mostrar cada detalhe, estava eufórica
e aproveitou cada atração.
Ela
fez pintura com as próprias mãozinhas, descobrimos que já tem um brinquedo
preferido que não temos em casa (mas já mandamos a cartinha para o Papai Noel,
rsrsrs), se diverte muito na frente do espelho o que é ótimo para o seu
desenvolvimento e aprende a se virar literalmente. De um lado para o outro vai
ganhando confiança em seus próprios movimentos, querendo ir cada vez mais
longe.
Foto Pessoal |
A
escola escolheu a Água como tema da festa aproveitando o momento para um
trabalho de conscientização coletiva.
As
crianças fizeram apresentações de Ballet e Judô e fomos surpreendidos com
exposições de fotos das famílias, livros que relatam o desenvolvimento de cada
aluno e oficinas familiares.
Quantos
pais não têm estes momentos de lazer e interação com os filhos dentro de suas
próprias casas?
Por
fim, houve um lanche no modelo “festa americana” que serviu para ensinar dos pequenos aos
adultos a importância do compartilhamento e ali, cada um dividia o que tinha independente
de uns terem mais e outros menos.
A
mensagem final é que todos somos iguais e devemos e zelar por nossos bens mais
precisos. Água, alimento e família principalmente.
Uma
família unida é capaz de superar qualquer desafio.
E
minha emoção surgiu justamente dai, dos momentos maravilhosos que tivemos junto
com a nossa filha (...)
Gostaria
de aproveitar o assunto “escola” e contar uma cena que minha mãe presenciou há
alguns dias.
Próximo a
nossa casa há uma escola pública de ensino fundamental. Após o término das
aulas da manhã, minha mãe saiu de casa e viu que dois meninos de
aproximadamente sete anos e uma menina iam embora sem a presença de um maior.
Um dos meninos
insultava o outro aparentemente mais tímido com diversos palavrões. Minha mãe
disse para o que estava sendo ofendido para não ligar e ir para o outro lado da
rua, distanciando-se assim do “colega”.
Foto da Internet |
Ele obedeceu
mesmo sem conhecê-la, mas antes de acabar de atravessar o outro o atacou com
socos e ponta pés, agarrando-o pelo cabelo e pescoço.
A menininha
ficou só olhando e minha mãe foi tentar separar. O outro não reagiu e apanhou
bastante. A briga só acabou, porque um homem foi ajudar a minha mãe a
separá-los e colocou o “agressor” para correr.
Ao socorrer o
que apanhou mais, minha mãe perguntou o seu nome, onde ele morava, dizia que ia
ligar para os pais dele e ele então, teve uma crise de choro dizendo que não
precisava, pois a mãe trabalhava o dia todo fora e ele ficava sozinho em casa.
Minha mãe se
comoveu e disse que queria explicar a mãe dele que ele não causou a briga. Que
a mãe deveria ficar sabendo sim do ocorrido e procurar a escola.
Ele disse que
iria contar e que não sabia o motivo do outro ter feito o que fez e que há dias
estava sendo “perseguido” pelo colega (uma forma de bullying que os pais devem
se atentar). Foi se acalmando e seguiu seu caminho sem aceitar a ajuda da minha
mãe.
Após o
ocorrido, minha mãe passou a vigiar as saídas da escola na expectativa de
encontrar com os meninos mais uma vez e saber qual foi o desfecho da história.
Viu o
“agressor” (sei que este termo é pesado ao se tratar de uma criança, mas não
consigo encontrar outro para diferenciá-los), mas sentiu receio em
aproximar-se, pois desta vez ele estava na companhia de vários adolescentes de
seus 17, 18 anos que o levava para a escola.
E por fim
encontrou com o “agredido” na companhia de outro coleguinha. Ao chamar por ele,
disse que tinha ficado preocupada naquele dia.
Ele
simplesmente deu um sorriso e a abraçou (minha mãe chorou até né?!). Contou que
ficou com o pescoço marcado por alguns dias e que sua mãe foi na escola. A
diretora chamou o outro menino e que até o momento parou de mexer com ele.
Minha mãe
disse para ele arrumar uma companhia para ir e voltar da escola e ele abraçou o
novo coleguinha dizendo: “olha meu amigo aqui!”.
O amigo disse
que o outro (agressor) era assim mesmo. Morava no “morro” e implicava com os
outros atoa. Minha mãe ressaltou para eles não “darem corda” e qualquer coisa
avisar aos pais e a diretora da escola.
Eles
agradeceram e se foram....
E
assim temos duas histórias diferentes mas que se completam.
O
encantamento com a festa na escola da Iasmin e a decepção e medo ao ver minha
mãe relatar o caso destes meninos.
Medo
porque minha filha vai crescer e não sei como estará o mundo que lhe espera.
Não
quero achar culpados, mas vejam como são dois extremos. Enquanto uma escola
tentar trazer a família para perto de seus filhos, a realidade é que as
crianças tendem a ficar longe de seus pais o dia todo. Sofrem bullying e
agressões nas ruas ou na própria escola e em muitos casos os pais nem ficam
sabendo.
Meu
coração se despedaça em imaginar minha filha em uma situação como esta.
São
crianças, crianças que por algum motivo crescem violentas, agridem os
coleguinhas e sabe-se lá qual futuro vão ter.
Vamos
“chutar” que o “agressor” deve ficar só no meio de adolescentes, vendo coisas
improprias para sua idade e o “agredido” justamente por ficar sozinho, tem uma
carência maior de afeto, defesa, etc., sei lá....
Mas
repito são crianças e crianças não podem ser culpadas.
O
papel da escola em tentar trazer a família para mais perto de seus filhos é de
grande valia, mas a nossa responsabilidade é muito maior.
Eu
mesma não sabia com tamanha clareza o que se passava com a minha filha na
escola.
Aprendi
depois da festa. E ainda assim me pergunto como vai ser à medida que ela for
crescendo.
Educar
não é uma tarefa nada fácil nos dias de hoje e por mais que eu tenha percebido
uma Iasmin diferente na escolinha, ela reflete aquilo que aprende em casa.
Se
presenciar brigas, palavrões e outras coisas negativas em casa fará o mesmo com
os seus coleguinhas. Da mesma forma que minha ausência pode ser tamanha que
posso cometer o erro de não perceber que ela esteja passando por uma situação
difícil na vida escolar.
Estou
colocando em primeira pessoa, pois não sei o que se passou na cabeça da
primeira mãe que chegou do trabalho e viu o filho todo machucado e da segunda
mãe que recebeu a noticia que seu filhou agrediu violentamente o coleguinha da
escola na rua.
Não
sei em qual situação se encontra estas duas famílias. Não sei se nesta escola
tem a festa da família. Não sei se escola e família estão em parceria nestes e
em outros casos.
Parceria!
Acho
que esta palavra resume tudo.
Não
devemos inverter responsabilidades e sim caminhar lado a lado – família e
escola – para que nossos filhos ou alunos se tornem cidadãos de bem.
E
que fique estes dois exemplos para a nossa reflexão.
Até
o próximo post.
*Rúbia Lisboa
Natália Baptista :)
ResponderExcluir