Seria um sábado como qualquer outro. A diferença era que há alguns dias, estava na expectativa de assistir a palestra da Cris Guerra, realizada pela revista Canguru BH, sobre a “Arte de ser Mãe”.
Definitivamente, ser mãe é uma arte!
Vim de uma semana exaustiva no trabalho. Com uma jornada de aproximadamente quinze horas por dia e o que é pior, sem ver a minha Iasmin direito.
Na quinta-feira eu literalmente já não raciocinava mais, já tinha perdido a noção de qual dia da semana estávamos e executava minhas tarefas no piloto automático.
Resultado?
Falhas!
Na sexta-feira (27/11) doida para enfim poder terminar o expediente às 19 horas (horário de gente normal) me dei conta que tinha me esquecido de algo muito importante. Ou fazia naquele momento ou teria que trabalhar no sábado e consequentemente perder apalestra.
Fiquei, organizei tudo e mais uma vez ultrapassei o meu horário de trabalho. Por incrível que pareça neste dia cheguei em casa e Iasmin estava acordada. Esqueci todo o cansaço físico e mental e fomos brincar.
Quando ela enfim dormiu, do jeito que eu estava, apaguei também.
Para o sábado estava combinado de ir á palestra na companhia da Nathália, mãe da Duda, do blog Vida Divertida.
Porém ela teve um imprevisto e não pode ir mais. Eu desanimei completamente. O cansaço me pedia para ficar quietinha na cama e dormir o sábado o dia inteiro. Sabem-se lá quantas horas o meu sono está atrasado.
Pensei: “Ir sozinha? Não conheço ninguém...estou tão cansada...é não vou! Fico, arrumo casa rapidinho e vou curtir o papai e a Iasmin. Coitado né, já fica com ela a semana toda e ainda vai ter que ficar no sábado para eu poder sair. É, não vou mais não!”
O evento era às 10h30min. As 09h40min eu estava deitada ainda com estes meus pensamentos de ir ou não ir, quando perguntei ao papai qual seria a nossa programação.
Ele respondeu: Às 15 horas eu vou jogar bola!
Oi?
Eu preocupada em deixa-lo mais uma vez com a Iasmin e ele com o futebol marcado?
Mais do que depressa pulei da cama e fui me arrumar:
“Estou indo para a palestra, volto antes do seu jogo!”
E ai, já na palestra, ouvi uma fala da Cris que foi perfeita para min:
“Ser mãe não é a minha única forma de realização”
Isso estava lá em minhas teorias durante a gestação. Mas que caiu por terra depois que a Iasmin nasceu.
Foi bom levar este puxão de orelha ontem e me associei à postura do papai (que hoje domingo, também está jogando bola).
Ele não está errado. Tem mais que jogar o seu futebol mesmo. Consegue ter os momentos dele independente da paternidade.
Enquanto eu, estou deixando de me realizar de outras formas que não se referem à maternidade.
Isso é um erro grave. Amanhã a Iasmin já estará caminhando sozinha e eu não vou recuperar o meu tempo que passou.
Estou cometendo o erro que tanto julgo na minha mãe. Colocando filhos em primeiro lugar e deixando de viver.
E ela ainda me questionou: uma vez por mês agora você tem que ir nestes eventos?
Em outras palavras ela quis dizer: uma vez por mês agora, você não arruma casa, não faz o almoço e deixa a sua filha depois de ter trabalhado a semana toda?
Pena que não somos como os papais e não temos coragem para fazer isso todos os finais de semana. Mas, que bom que tive uma recuperação de consciência a tempo de não perder a palestra.
Mesmo o assunto sendo relacionado aos filhos, era um momento só meu! Não tinha que pensar em trabalho, marido ou casa para arrumar.
Não jogo futebol, até hoje não faço a bendita da atividade física, não tenho um momento de lazer que não seja relacionado à filhos ou família.
A rotina é trabalho e casa, casa e trabalho...(sendo a casa um segundo trabalho também).
Preciso me realizar de outras formas (pelo menos estou tentando que o blog seja uma delas).
E ai vem outro ensinamento da Cris:
“O que faz um filho feliz é (entre outras coisas) uma mãe feliz”.
Matando-me de trabalhar desta forma, chego cansada e estressada o que reflete na Iasmin. Ontem voltei tão em êxtases da palestra que o nosso sábado foi perfeito até o final. Iasmin estava radiante!
Voltando na palestra, “o manual do filho é uma construção conjunta e personalizada” e, ontem aprendi lições que vou acrescentar ao meu manual de ser mãe.
Troquei algumas teorias de lugar, mudei as ordens das prioridades referentes à maternidade e acho que teremos mudanças daqui pra frente.
Por fim, me surpreendi ao me ver junto com a minha Iasmin em dois trechos de um vídeo que encerrou a palestra com chave de ouro e dizem assim:
“..seus olhos passeiam ansiosos pela volta. E a volta é sempre para ele – ou ela (no meu caso ela)...
“...seu velho (referindo-se ao coração de mãe) vai estar lá (junto ao coração do filho), vivo, judiado de tanta adrenalina (e bota adrenalina na minha vida nestes quase dois anos).
Ser mãe é uma metamorfose! (mudança constante, crescimento, que me deixará mais adulta, mais madura, mais mulher...).
Como já dizia Raul Seixas antes ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
E “nada como um filho para nós apresentar potenciais que nem imaginávamos ter!”.
Foi perfeito!
Chorei, mas, sai de lá com ainda mais forças.
“Esqueci meus medos. E quando vier a tempestade, enxugarei o que chove por dentro e virarei capa para acolher minha princesa com a força de um mundo...”
Afinal:
Pois é: sou mãe!
E mais uma vez obrigada Canguru e Cris por permitirem que eu me conheça melhor!
Até o próximo post!
Rúbia Lisboa
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