terça-feira, 27 de maio de 2014

O primeiro susto!

Pais marinheiros de primeira viagem temem muito a primeira ida ao médico por emergência.

Com a gente não seria diferente e eis que passamos por tal experiência que no primeiro momento foi angustiante.

Na última semana, do nada a Iasmin chegou ao fim da tarde de sábado muito resfriada. Não notamos se ela teve contato com alguém e não fazemos ideia de qual poderia ter sido o motivo.

À medida que foi anoitecendo, ela foi piorando. Nunca vi tanto catarro em uma pessoinha tão pequena e parecia (exagero de mãe) que ela ia se sufocar.

Chorava muito e a única posição que ela conseguia cochilar era na posição para arrotar.

Resultado? Não preguei o olho à noite com medo de a menina engasgar.

No domingo cedinho fomos à procura do médico de plantão e na primeira clínica mais próxima, pediatras não trabalhavam aos domingos. Como assim?

Fomos então para um hospital com pronto atendimento infantil. Como estava cedo não estava tão cheio, mas, todas as crianças ali presentes estavam com sintomas parecidos aos de Iasmin.

Primeira lição: embora, sempre ha reportagens do tipo, agora que sentimos na pele o quanto é comum criança adoecer nessa época do ano.

Na recepção, havia um aviso dizendo que o tempo de espera para o atendimento poderia chegar á duas horas. Acho que esperamos uns trinta minutos e quando o doutor nos chamou, com aproximadamente cinco minutos, escutou os batimentos, olhou o ouvidinho e nos deu uma receita para lavar o narizinho dela com soro fisiológico. Só isso: RECEITA PARA LAVAR O NARIZ! Sem contar que ficamos mais tempo na espera do que no consultório.

A nossa indignação e frustração de pais novatos na área estava estampada na cara. Mal podíamos acreditar que aquilo era uma consulta e de convênio heim?!

Mas, aprendemos a segunda lição: não se desespere no primeiro "Atchim!"  de seu filho!

Mesmo assim, fiquei revoltada com o atendimento e percebi que todos eram assim, ligeiros.

Por mais, que gripes, alergias ou doenças respiratórias sejam comuns nesta época do ano, acho que todos merecem um atendimento digno. Vai que seja algo mais grave? Cinco minutos não é suficiente para um diagnostico.

Pesquisando a respeito, vi que estamos vivendo uma onda de consultas a jato onde, atendimentos médicos que não duram mais do que 15 minutos tornam-se frequentes, e provocam sim o erro no diagnóstico e na prescrição de remédios.

Infelizmente não há no Brasil uma regulamentação que determine o tempo mínimo que uma consulta deve ter. Vale apenas um consenso entre os bons médicos de que é impossível fazer uma avaliação correta do paciente em menos de 25 minutos.

No caso dos planos de saúde, uma consulta equivale aproximadamente a trinta reais para o médico, o que faz muitos profissionais atender mais gente do que deveriam para conseguir um rendimento satisfatório. (absurdo!)

Sem leis especificas para tal, o paciente só poderá processar o médico quando houver um dano evidente e ficarem caracterizadas negligência, imprudência ou imperícia e não porque a consulta foi rápida.

Mas, mesmo sem um erro evidente, no entanto, vale registrar a queixa nas operadoras de saúde (para usuários de planos) ou no Ministério Público e secretarias de Saúde (pacientes da rede pública).

A denúncia aos órgãos competentes pode ser uma boa opção para conseguirmos meios que exijam e controlem consultas mais extensas e principalmente de qualidade; afinal com saúde não se brinca.

Depois que passamos pelo “Dr. Ligeiro”, a Iasmin teve uma consulta com a sua pediatra mesmo e ai sim tudo foi esclarecido e fomos tranquilizados. 

Aos marinheiros de primeira viagem como a gente, saibam que um bebê pode ter entre oito e dez resfriados só nos dois primeiros anos de vida. Logo, haja lenço de papel e noites mal dormidas!

Isso é apenas o começo...

 *Rúbia Lisboa




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