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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Registros Históricos

Começo a segunda-feira sem gosto de vitória.

Acho que o momento atual pelo qual o nosso País está passando é deprimente e vergonhoso.

Prova a nossa imaturidade politica e democrática que foi comemorada com fogos de artificio ontem à noite como se fosse uma partida de futebol.

Quem dera se todos os nossos problemas econômicos e sociais se resumissem em uma única pessoa ou partido.

Depois de ver parte do circo armado neste último domingo, tenho a certeza que o problema é muito maior do que imaginávamos e só tende a piorar.

Bom, não quero entrar no mérito de defesas ou acusações e acho que a rede já tem “juiz” o suficiente para discutir essas questões.

Quero e tento ir à contramão acreditando e defendendo que não precisamos ser políticos para fazer politica.

“Em nome de Deus, dos meus filhos, da minha esposa, da minha tia, da minha mãe, da minha família...”.

Nunca ouvi tanta distorção de conceitos e acho sim que devemos rever nossos princípios e valores. Rever o que julgamos certo ou errado e qual exemplo estamos sendo para os nosso filhos.

Hoje eu poderia estar comemorando as 11 mil curtidas que o Pois é Sou Mãe alcançou.

Mas, prefiro pensar na responsabilidade que este número me faz ter.

Longe de ser uma blogueira para ficar indo em eventos da “High Society”, prefiro acreditar na ferramenta de comunicação e transformação social que este blog pode ser.

Prefiro voltar os holofotes para a certeza de que investir no desenvolvimento infantil é investir na sociedade, fazendo do mundo (de “Beagá” ou do Brasil) um lugar melhor para se viver.

Como diz Pitágoras (se não me engano): “Eduque as crianças e não será necessário castigar os homens”.

Comemoro sim a nossa capacidade de debate e reflexão. Afinal, se somos 11 mil, não podemos deixar isso morrer ou permitir que nossa liberdade de expressão ou opinião seja massacrada por uma mídia opressora.

Comoro sim o primeiro mês de vida do projeto Conecta Mães BH que nasceu deste blog em parceria com Vida Divertida e que visa justamente que nossas crianças cresçam com mais presença e cuidado uma vez que suas mães terão oportunidade de empreenderem (ou aperfeiçoarem seus negócios já existentes) além de adquirirem alternativas de renda extra dedicando mais tempo e qualidade de vida aos seus filhos, voltando ao inicio deste ciclo e post.

Defendo a primeira infância!

Momento da vida que é essencial para a construção de uma sociedade mais justa.

Eis a única forma de investimento que acredito ser a solução para evitarmos momentos tão trágicos em nossa história como o que aconteceu na noite de ontem.

Agradeço sim este número tão significativo, mas não me esqueço do árduo caminho que temos pela frente na insegurança de qual futuro deixarei para a minha filha.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Um dia que amanheceu triste.

Fotos da Internet
Sabe aqueles dias em que você se arrasta e um sentimento ruim e a tristeza tomam conta de você?


É, estou em um dia destes.

A começar por ontem que tinha tudo para ser um dia perfeito e acabou em tragédia na região onde moro.

A chuva que tanto desejávamos veio mas fez muito estrago por aqui.

Eu não tinha ônibus para voltar para casa e fiz o percurso todo a pé vendo de perto a gravidade da situação.

Uma coisa é você ver estas cenas pela TV ou por fotos nas redes sociais, outra coisa é você está ali no meio e literalmente sentir na pele o desespero que é passar por uma situação do tipo.

Tive vontade de chorar e quando enfim cheguei em casa acompanhei a repercussão pela a internet e fiquei enfurecida ao ver um político postar como voltaria para casa, uma vez que estava tudo alagado.

Poxa vida!

Deu vontade de responder: “Pegue seu carro zero do ano, coloque em cima da cabeça e volte a pé. Quantos trabalhadores, inclusive eu, não fizeram isso? Ao invés de estar reclamando deveria preocupar com a infraestrutura da cidade e obras dignas de evitarem situações de caos como esta”.

Não respondi! Mas, a minha tristeza e indignação foi suficiente para gerar alguns comentários em meu perfil pessoal e uma professora minha pela qual tenho muito carinho desde o jardim de infância respondeu que a culpa também era nossa por jogarmos lixo no chão.

Ela tem toda razão!

E como mãe, autora de um blog acho que vale a pena a reflexão.

Sempre fiz a pergunta que mundo queremos deixar para os nossos filhos.

Vejam a importância do nosso papel de pais e educadores no que se refere ao nosso respeito pelo meio ambiente.

O que estamos ensinando aos nossos pequenos?

Como é difícil educar, mas não impossível.

Antes de jogarmos um lixo no chão ou permitirmos que nossos filhos façam isso, lembrem-se que amanhã ou depois pode ser o nosso carro, com a nossa família dentro, sendo arrastado pela força da correnteza.

E aí, vai fazer o que?

Para completar a minha decepção e tristeza, saindo um pouco do assunto, mas dentro do tema educação, o primeiro vídeo que vejo hoje na rede é de um garoto de aparentemente seis, sete anos talvez, destruindo uma determinada parte da escola.

Não sei quais razões o levaram a fazer isso, mas fiquei ainda mais arrasada.

Continuo com vontade de chorar. (Tal como no caso dos dois garotinhos que brigaram na rua da minha casa, lembram? Leiam aqui)
O que está acontecendo?

Repito: o que estamos ensinando aos nossos pequenos?

Os comentários incentivam uma boa surra para corrigi-lo, mas não seria o caso de dar um abraço, de acolher?

Realmente não sei!

E deixo tanto as imagens de ontem, quanto o vídeo deste garoto para refletirmos como estamos educando os nossos filhos e, mais uma vez, que mundo queremos deixar para eles.

Ambas as situações são muito tristes e lamentáveis....





*Tanto as imagens e o vídeo, estão circulando na internet,redes sociais e WhatsApp e desconheço a autoria.


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

24 de agosto - Dia da Infância

Foto Pessoal

Confesso que não sabia que hoje é comemorado o Dia da Infância.

Uma data instituída pela UNICEF com a finalidade de promover uma reflexão sobre a condição da vida das crianças de todo o mundo.

Toda criança têm direitos básicos, tais como alimentação, educação, saúde, lazer, liberdade e ambiente familiar e de sociedade. Deve também ser protegida da discriminação, exploração, violência e negligência, tal como está registrado na Declaração Universal dos Direitos da Criança:



1- Todas as crianças são iguais e têm os mesmo direitos, não importa sua cor, raça, sexo, religião, origem social ou nacionalidade.
2- Todas as crianças devem ser protegidas pela família, pela sociedade e pelo Estado, para que possam se desenvolver fisicamente e intelectualmente.
3- Todas as crianças têm direito a um nome e a uma nacionalidade.
4- Todas as crianças têm direito a alimentação e ao atendimento médico, antes e depois do seu nascimento. Esse direito também se aplica à sua mãe. 
5- As crianças portadoras de dificuldades especiais, físicas ou mentais, têm o direito a educação e cuidados especiais.
6- Todas as crianças têm direito ao amor e à compreensão dos pais e da sociedade.
7- Todas as crianças têm direito à educação gratuita e ao lazer.
8- Todas as crianças têm direito de ser socorridas em primeiro lugar em caso de acidentes ou catástrofes. 
9- Todas as crianças devem ser protegidas contra o abandono e a exploração no trabalho.
10- Todas as crianças têm o direito de crescer em ambiente de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.

Contribuindo para as reflexões a respeito que devem ser feitas não somente hoje, mas, todos os dias buscando o bem estar de nossas crianças vale a pena reforçar que:

  • Mais de 45% das crianças de nosso País são de famílias pobres;
  • As crianças negras têm quase 70% mais chances de viver na pobreza do que as crianças brancas;
  • Aproximadamente uma em cada quatro crianças de 4 a 6 anos estão fora da escola;
  • A cada dia, 129 casos de violência psicológica e física, incluindo a sexual, e negligência contra crianças e adolescentes são reportados, em média, ao Disque Denúncia 100. Isso quer dizer que, a cada hora, cinco casos de violência contra meninas e meninos são registrados no País. Esse quadro pode ser ainda mais grave se levarmos em consideração que muitos desses crimes nunca chegam a ser denunciados.

Logo, há muito que ser feito!

E nem vou entrar na questão da redução da maioridade penal, que vocês já sabem a minha opinião. (leiam aqui)

Uma infância feliz sem sombra de dúvida é o começo da mudança e devemos fazer a nossa parte não só por nossos filhos, mas por todas as crianças ao nosso redor.

Neste final de semana me deparei com duas situações absurdas envolvendo crianças:

Na primeira um pai (se é que era pai) estava brigando com a filha de aparantemente uns 8 anos dentro do ônibus em alto tom. A mãe não dizia nada e ainda recusou colo para a filha. Todos comentavam o absurdo baixinho, mas ninguém fez nada (inclusive eu).

Na segunda, soube que uma garotinha de no máximo 3 aninhos se perdeu em nossa região e foi encontrada pela Policia muito distante de sua casa. Pergunto: Como ela saiu andando por ai? Como atravessou a rua? Ninguém deu falta dela?

Meu coração dispara só de imaginar uma situação dessas...

Que mulheres estas duas meninas se tornarão no futuro?

Não estou aqui para julgar os seus responsáveis até mesmo porque eu me acovardei em tomar qualquer tipo de atitude que pudesse ajudar estas duas meninas.

Mas, e se fosse a minha Iasmin?

São reflexões como estas que devemos nos obrigar a fazer em prol de nossas crianças. Que usemos o dia de hoje para refletir, denunciar e agir e que façamos disso um habito em nossas vidas.

Que o dia de hoje seja lembrado pelas vitórias de nossos pequenos e não pelos traumas e dificuldades que a vida ainda lhes proporciona.

Que eu consiga mudar a minha atitude ao ver crianças sendo maltratadas ou negligenciadas...

E assim, que tenhamos um Mundo Melhor!

Refletir já é um bom começo...

Até o próximo post!



Fontes:

quinta-feira, 2 de julho de 2015

A tal da redução da maioridade....


Vocês acreditam que esta noite eu sonhei que estava escrevendo no blog sobre a redução da maioridade penal no Brasil.

O assunto está no auge e até então eu não queria me manifestar a respeito, estava acompanhando bem de longe algumas discussões, mas, depois deste sonho algo me dizia que não deveria fugir da raia.

Confesso que já tive opiniões diferentes a respeito. Detalhe: uma bem antes da maternidade e outra depois da especialização em Intervenção Psicossocial no Contexto das Políticas Públicas que ganhou ainda mais forças depois que me tornei mãe. Vocês já deduziram quais são né?

Não sou daquelas que ficam brigando para convencer que minha opinião está certa e a sua errada. Não faço isso com politica, religião e nem time de futebol.

Porém, esta semana me deparei com uma professora em defesa da redução e os seus posts nas redes sociais a respeito estavam martelando na minha cabeça.

Não sei quais são os motivos dela. Pode ser que já tenha sido assaltada por um menor ou algo mais grave. Mas, ainda assim eu ficava indignada.

Indignação tão grande que até sonhei e agora estou aqui escrevendo.

Lembro-me que quando era criança minha tia levou um garoto abandonado para passar uns dias conosco.  Ele já tinha passado pela antiga FEBEM e tinha comportamentos infratores. Lembro exatamente que suas brincadeiras preferidas eram policia e ladrão, brincar de bater um no outro e assim por diante...

A FEBEM em si já era uma prisão para menores e por isso não deu certo. Tanto que há diversas pesquisas que comprovam que menores que passaram por ela retornaram ao sistema carcerário quando adultos.

Não sei qual o foi o destino do garoto que minha tia tentou ajudar. Nunca mais vimos ou ouvimos falar dele. Um pouco mais velho do que eu, pode ser que tenha mudado de vida, pode ser que esteja preso ou pode ser que esteja morto (...).

Anos depois, ao ser voluntária em uma ação social durante a faculdade de Jornalismo, tive a oportunidade de conhecer um abrigo para meninos em que os pais ou responsáveis estavam presos ou ameaçados pelo tráfico, colocando a guarda destes menores em risco.

Era uma casa comum, sem celas ou grades, com um ótimo espaço para brincar, biblioteca, sala de jogos e TV. A proposta era totalmente oposta a da FEBEM e do que visa à redução da maioridade penal hoje.
Aqueles meninos tímidos, tristes e até mesmo traumatizados pela dura realidade que a vida já lhe pregava tinham ali, a oportunidade do estudo,do brincar e de se tornarem cidadãos de bem.

Duas comparações que já provam por si só que a redução não é a solução para combater a violência no País. Pelo contrário, ela é um incentivo tal como a FEBEM foi.

Também quero propor duas simulações:

Na primeira, imaginem um adolescente de 14 anos com pais ricos. A mãe vive nos salões de beleza e eventos da alta sociedade. O pai, empresário famoso, tem outra família e não da à mínima para o filho que ainda sofre bullying na escola e é viciado em vídeo games de violência. Certo dia movido pela depressão pegou um revolver que o pai tinha no escritório, levou para a escola e o final da história nós já sabemos.

Na segunda simulação, o adolescente também de 14 anos mora no morro e tem cinco irmãos. A mãe é agredida todos os dias pelo padrasto dele que é alcoólatra e viciado e lhe faltam o que comer. Certo dia, o menino ao ver o empresário rico distraído no celular, rouba-lhe a carteira para comprar comida para os irmãos e ajudar a mãe.

Imaginemos que a redução da maioridade já está em vigor e o menor do morro é preso com mais 30 homens em uma cela de quatro metros. Enquanto o adolescente rico vai estudar em um colégio interno do exterior (que não se compara às nossas cadeias) para a família não ter a sua reputação abalada e assim, conseguirem abafar o caso.

Posso ter sido radical. Mas, entenderam o porquê que a redução da maioridade jamais dará certo?

Prender nossos jovens é aumentar ainda mais o abismo social, econômico e cultural que já existe no País.  Segundo o Unicef, "mais de 33 mil brasileiros entre 12 e 18 anos foram assassinados entre 2006 e 2012" (imaginem os dados atualizados) e com certeza a maior parte deles são da classe média baixa.

Se a redução entrar em vigor quem será preso?????

Reduzir a maioridade é tratar o efeito, a ponta e não a base ou a causa.

Se conseguirmos investir na educação tal como eu vi no abrigo que visitei anos atrás ao invés de punir estes jovens com mais violência (que é o que acontece nos nossos presídios e cadeias) vamos conseguir mudar as estatísticas.

Nossas leis são falhas, e imaginem quantos não serão presos e punidos por engano, só porque são negros ou pobres?

Temos que lutar é por cursos profissionalizantes, empregos, investir na educação, no esporte e no lazer. Permitir o acesso à faculdade para todos independente da classe social. 

Apoiar a família, melhorar as formas de tratamento dos jovens viciados em droga, permitir que aquele menor que já cometeu alguma infração tenha chances de se reinserir na sociedade e começar sua vida outra vez.

Não podemos simplesmente dar as costas e tratá-los como animais.

Estamos falando dos nossos filhos e, a tristeza ao perceber o caminho que as coisas estão tomando me deixa aos prantos, na preocupação de qual mundo estou deixando para minha Iasmin.

Precisamos ter mais fé. E não me interessa qual é a sua crença ou religião. Acredito que fé é o simples fato de acreditar no amor, na paz e no bem. É respeitar o próximo, aceitar as diferenças, fazer a nossa parte por um mundo melhor e manter a família unida (Independente das diversas formas de família que nos deparamos hoje. Se é uma família unida no amor e na fé, não haverá motivos para que seus filhos sejam presos).

Estamos muito descrentes e fazendo as escolhas erradas. Defendendo que violência se corrige com mais violência. E o caminho não é este...

Volto ao início deste post e finalizo com minha tristeza em ver uma professora perder as esperanças. Justo aquela que escolheu a profissão que mais contribui para a nossa formação social.

Se ela e tantos outros não creem que há outras formas de combatermos as desigualdades e violência do nosso País e que a solução é a redução, qual futuro nós teremos?

É lamentável...

E só me resta dizer que ‪#‎ReduçãoNÃOéSolução‬.

Rúbia Lisboa.

Leia mais sobre o assunto. Informa-se faz toda a diferença:

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Inclusão Escolar



A Lição da Érica foi tão fantástica que gerou grande repercussão entorno do tema Inclusão Escolar e resolvi aprofundar sobre o assunto.

Aqui no Brasil, foi na década de 90 que o ensino fundamental se fundiu com o regular. Visando a garantia da inclusão de pessoas com necessidades educativas especiais ao universo da escola comum e reforçando o direto de todos à educação de qualidade.

Trata-se de um movimento que busca a reestruturação do sistema de ensino, como um todo, e também da própria sociedade visando atender a diversidade, seja ela racial, cultural, de gênero, e etc. 

Como citamos anteriormente, ''As escolas têm que esquecer a ideia de que o aluno tem que se adaptar a ela. Pelo contrário, elas devem tornar-se o meio mais favorável para o aluno, dando-lhe recursos para enfrentar desafios'' (Cláudia Werneck).

Portanto a “proposta pedagógica precisa buscar alternativas que possibilitem preparar pessoas com necessidades educativas especiais para exercer sua cidadania com dignidade, bem como sua inserção no mercado de trabalho” - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, nº 9.394/96 - art. 2º).

As dificuldades giram em torno da falta de conhecimento sobre as características do aluno com deficiência física que está sendo incluído nas escolas regulares para que se garanta não só acessibilidade física, mas todos os recursos e materiais pedagógicos necessários para o seu pleno desenvolvimento acadêmico e social.

É por estas e outras, que muitos familiares de alunos especiais ainda se queixam da falta de preparação dos educadores, dos ataques frequentes de bullying e preconceito dentro do ambiente escolar. E de fato, muitos professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda, despreparados e impotentes frente a essa realidade que é agravada pela falta de apoio administrativo e recursos financeiros.
(Nem vou entrar no quesito salario do educador que no Brasil é uma vergonha).

Infelizmente a ignorância, negligencia, superstição, o medo e a desinformação a respeito das deficiências criam barreiras que impedem o sucesso total da inclusão escolar.

A construção de uma sociedade inclusiva é um processo de fundamental importância para o desenvolvimento e a manutenção de um estado democrático. A inclusão é a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, que deve está preparada para o acolhimento a diversidade humana, a aceitação das diferenças individuais, do esforço coletivo na equiparação de oportunidades de desenvolvimento com qualidade em todas as dimensões.

Cabe a cada um de nós compartilharmos todas as informações possíveis sobre o assunto, quebrando assim todas as barreiras equivocadas, além de brigarmos por maiores investimentos nas políticas públicas com intenção a efetivar a inclusão escolar, no sentido de garantir o direito à educação de qualidade para todas as pessoas.

Temos que aprender a levar em conta a especificidade do sujeito e não mais as suas deficiências e limitações, além de acreditar que mudanças são possíveis e que todos nós temos a nossa parcela de responsabilidade na transformação dos atuais sistemas de ensino.

Se cada um fizer a sua parte através de simples atitudes como a da pequena Érica, sem sombra de dúvidas a inclusão surtirá um maior e melhor efeito.

Até o próximo post.

Leia também:

Fontes:

quinta-feira, 28 de maio de 2015

A Lição de Erica. By Mamãe Cristiane Frotscher


Prefácio de Rúbia Lisboa:

Há muito tempo eu não via uma boa história para contar. Todos sabem o quanto sou apaixonada por relatos da vida como ela é, mas, desde que passei a trabalhar perto de casa os meus “causos do buzão” e afins diminuíram bastante.

Ontem à noite fui surpreendida por uma simples história, mas tão rica em sua magnitude que me causou arrepios múltiplos e muita emoção.

A Cristiane Frotscher mãe da princesa Erica de oito anos postou o relato da filha em uma situação de preconceito na escolinha.

Não só eu, mas todos que tiveram a honra de ler o post dela ficamos encantados com a reação da pequena e histórias como estas devem ser repassadas para servirem de exemplo do que é uma educação de verdade e qualidade.

Nós pais temos a difícil tarefa de ensinarmos aos nossos filhos o respeito às diferenças, a caridade, a igualdade e a fé. Sentimentos que cada vez mais são deixados de lado em um mundo tão individualista e egoísta.

A mamãe Cris e toda a família da Erica estão de parabéns.

Se todas as crianças crescerem com estes ensinamentos com certeza teremos um mundo melhor.

Agradeço por me deixarem compartilhar e farei questão de contar esta história para a Iasmin todos os dias para que ela também aprenda a Lição de Erica...



sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Dica de Leitura: A História da Grande Torre

Esta semana foi oficialmente a semana do meu retorno ao trabalho e isso à fez ser muito conturbada. Como contei anteriormente, Iasmin vai de vento em popa na escolinha, enquanto eu sofro com a adaptação ao novo transporte publico que me conduz ao serviço.
Mal retornei e meu nível de estresse já está lá em cima, o que prejudica o meu humor, meu rendimento, minha saúde.
Para tentar amenizar este drama, aproveito as várias horas que fico dentro do coletivo para me dedicar à leitura. E ontem terminei de ler o livro Pais Brilhantes, professores fascinantes de Augusto Cury.
Fiquei encantada com ele, e dentre as várias partes que me tocaram, compartilho com vocês a História da Grande Torre.

Vale a pena a reflexão sobre os rumos da educação na humanidade e lhes desejo uma boa leitura!


A História da Grande Torre

Num tempo não muito distante do nosso, a humanidade ficou tão caótica que os homens fizeram um grande concurso. Eles queriam saber qual a profissão mais importante da sociedade. Os organizadores do evento construíram uma grande torre dentro de um enorme estádio. Chamaram toda a imprensa mundial, realizarem a cobertura.

No estádio, pessoas de todas as classes sociais se espremiam para ver a disputa de perto. As regras eram as seguintes: cada profissão era representada por um orador. O orador deveria subir num degrau da torre e fazer um discurso convincente sobre os motivos pelos quais sua profissão era a mais importante da sociedade moderna. A votação era mundial e pela Internet.

O primeiro a subir na torre foi o representante dos psiquiatras. A plenos pulmões proclamou: “As sociedades modernas se tornarão uma fábrica de estresse. A depressão e a ansiedade são as doenças do século. As pessoas perderam o encanto pela existência. A indústria dos antidepressivos e dos tranquilizantes se tornou a mais importante do mundo”. Em seguida, o orador fez uma pausa. O público, pasmo, ouvia atentamente seus argumentos contundentes.

O representante dos psiquiatras concluiu: “O normal é ter conflitos, e o anormal é ser saudável. O que seria da humanidade sem os psiquiatras? Um albergue de seres humanos sem qualidade de vida! Por vivermos numa sociedade doentia, declaro que somos, juntamente com os psicólogos clínicos, os profissionais mais importantes da sociedade!”

No estádio reinou um silêncio. Muitos na plateia olharam para si mesmos e perceberam que não eram alegres, estavam estressados, dormiam mal, acordavam cansados, tinham uma mente agitada, dores de cabeça. Milhões de espectadores ficaram com a voz embargada. Os psiquiatras pareciam imbatíveis.

Logo após, o mediador bradou: “O espaço está aberto!” Quem subiu depois foi o representante dos magistrados - os juízes de direito. “Observem os índices de violência! Eles não param de aumentar. Sem os juízes e os promotores, a sociedade se esfacela. Por isso, declaro, com o apoio dos promotores e do aparelho policial, que representamos a classe mais importante da sociedade”.

Todos engoliram em seco essas palavras. Elas perturbavam os ouvidos e queimavam na alma. Mas pareciam incontestáveis. Outro momento de silêncio, agora mais prolongado. Prontamente, o mediador, já suando frio, disse: “O espaço está novamente aberto!”

Um homem intrépido subiu num degrau mais alto da torre - o representante das forças armadas. Com uma voz vibrante e sem delongas, ele discursou: “Os homens desprezam o valor da vida. Eles se matam por muito pouco. As nações só se respeitam pela economia e pelas armas que possuem. Quem quiser a paz tem de se preparar para a guerra. Sem as forças armadas, não haveria segurança. Por isso, declaro, quer se aceite ou não, que os homens das forças armadas não são apenas a classe profissional mais importante, mas também a mais poderosa”. A alma dos ouvintes gelou. Todos ficaram atônitos. Os argumentos dos três oradores eram fortíssimos. A sociedade tinha se tornado um caos. As pessoas do mundo todo, perplexas, não sabiam qual atitude tomar.

Ninguém mais ousou subir na torre. Em quem votariam? Quando todos pensavam que a disputa havia se encerrado, ouviu-se uma conversa no sopé da torre. De quem se tratava? Eram os professores. Eles estavam encostados na torre dialogando com um grupo de pais. Ninguém sabia o que estavam fazendo. A TV os focalizou e projetou num telão. O mediador gritou para um deles subir na torre. Eles se recusaram.

O mediador os provocou: “Sempre há covardes numa disputa”. Houve risos no estádio. Fizeram chacota dos professores e dos pais.

Quando todos pensavam que eles eram frágeis, os professores, com o incentivo dos pais, começaram a debater as ideias, permanecendo no mesmo lugar. Todos se faziam representar.

Um professore, olhando para o alto, disse para o representante dos psiquiatras: “Nós não queremos ser mais importantes do que vocês. Apenas queremos ter condições para educar a emoção dos nossos alunos, formar jovens livres e felizes, para que eles não adoeçam e sejam tratados por vocês”.

O representante dos psiquiatras recebeu um golpe na alma.

A seguir, outro professor que estava no lado direito da torre olhou para o representante dos magistrados e disse: “Jamais tivemos a pretensão de ser mais importantes do que os juízes. Desejamos apenas ter condições para lapidar a inteligência dos nossos jovens, fazendo-os amar a arte de pensar e aprender a grandeza dos direitos e dos deveres humanos. Assim, esperamos que jamais se sentem num banco dos réus”. O representante dos magistrados tremeu na torre.

Uma professora aparentemente tímida encarou o representante das forças armadas e falou: “Os professores nunca desejaram ser mais poderosos nem mais importantes do que os membros das forças armadas. Desejamos apenas ser importantes no coração das nossas crianças. Almejamos levá-las a se apaixonar pela vida e, quando estiverem no controle da sociedade, jamais farão guerras, sejam guerras físicas que retiram o sangue, sejam as comerciais que retiram o pão. Pois cremos que os fracos usam a força, mas os fortes usam o diálogo para resolver seus conflitos. Cremos ainda que a vida é obra-prima de Deus, um espetáculo que jamais deve ser interrompido pela violência humana”.

Os pais deliraram de alegria com essas palavras. Mas o representante das forças armadas quase caiu da torre.

Não se ouvia um zumbido na plateia. O mundo ficou perplexo. As pessoas não imaginavam que os simples professores que viviam no pequeno mundo das salas de aula fossem tão sábios. O discurso dos professores abalou os líderes do evento.

Vendo ameaçado o êxito da disputa, o mediador do evento disse arrogantemente: “Sonhadores! Vocês vivem fora da realidade!”. Um professor destemido bradou com sensibilidade: “Se deixarmos de sonhar, morreremos!”

Sentindo-se questionado, o organizador do evento pegou o microfone e foi mais longe na intenção de ferir os professores: “Quem se importa com os professores na atualidade? Comparem-se com outras profissões. Vocês não participam das mais importantes reuniões políticas. A imprensa raramente os noticia. A sociedade pouco se importa com a escola. Olhem para o salário que vocês recebem no final do mês!” Uma professora fitou-o e disse-lhe com segurança: “Não trabalhamos apenas pelo salário, mas pelo amor dos seus filhos e de todos os jovens do mundo”.

Irado, o líder do evento gritou: “Sua profissão será extinta nas sociedades modernas. Os computadores os estão substituindo! Vocês são indignos de estar nesta disputa”.
A plateia, manipulada, mudou de lado. Condenaram os professores. Exaltaram a educação virtual. Gritaram em coro: “Computadores! Computadores! Fim dos professores!”. O estádio entrou em delírio repetindo esta frase. Sepultaram os mestres. Os professores nunca haviam sido tão humilhados. Golpeados por essas palavras resolveram abandonar a torre. Sabem o que aconteceu?

A torre desabou. Ninguém imaginava, mas eram os professores e os pais que estavam segurando a torre. A cena foi chocante. Os oradores foram hospitalizados. Os professores tomaram então outra atitude inimaginável: abandonaram, pela primeira vez, as salas de aula.
Tentaram substituí-los por computadores, dando uma máquina para cada aluno. Usaram as melhores técnicas de multimídia. Sabem o que ocorreu?

A sociedade desabou. As injustiças e as misérias da alma aumentaram mais ainda. A dor e as lágrimas se expandiram. O cárcere da depressão, do medo e da ansiedade atingiu grande parte da população. A violência e os crimes se multiplicaram. A convivência humana, que já estava difícil, ficou intolerável. A espécie humana gemeu de dor. Corria o risco de não sobreviver...

Estarrecidos, todos entenderam que os computadores não conseguiam ensinar a sabedoria, a solidariedade e o amor pela vida. O público nunca pensara que os professores fossem os alicerces das profissões e o sustentáculo do que é mais lúcido e inteligente entre nós. Descobriu-se que o pouco de luz que entrava na sociedade vinha do coração dos professores e dos pais que arduamente educavam seus filhos.

Diante disso, os políticos, os representantes das classes profissionais e os empresários fizeram uma reunião com os professores em cada cidade de cada nação. Reconheceram que tinham cometido um crime contra a educação. Pediram desculpas e rogaram para que eles não abandonassem seus filhos.

Em seguida, fizeram uma grande promessa. Afirmaram que a metade do orçamento que gastavam com armas, com o aparato policial e com a indústria dos tranquilizantes e dos antidepressivos seria investida na educação. Prometeram resgatar a dignidade dos professores, e dar condições para que cada criança da Terra fosse nutrida com alimentos no seu corpo e com o conhecimento na sua alma. Nenhuma delas ficaria mais sem escola.

Os professores choraram. Ficaram comovidos com tal promessa. Há séculos eles esperavam que a sociedade acordasse para o drama da educação. Infelizmente, a sociedade só acordou quando as misérias sociais atingiram patamares insuportáveis.

Pela primeira vez, a sociedade colocou a educação no centro das suas atenções. A luz começou a brilhar depois da longa tempestade... No final de dez anos os resultados apareceram, e depois de vinte anos todos ficaram boquiabertos.

Os jovens não desistiam mais da vida. Não havia mais suicídios. O uso de drogas dissipou-se. Quase não se ouvia falar mais de transtornos psíquicos e de violência. E a discriminação? O que é isso? Ninguém se lembrava mais do seu significado. Os brancos abraçavam afetivamente os negros. As crianças judias dormiam na casa das crianças palestinas. O medo se dissolveu, o terrorismo desapareceu, o amor triunfou.

Os presídios se tornaram museus. Os policiais se tornaram poetas. Os consultórios de psiquiatria se esvaziaram. Os psiquiatras se tornaram escritores. Os juízes se tornaram músicos. Os promotores se tornaram filósofos. E os generais? Descobriram o perfume das flores, aprenderam a sujar suas mãos para cultivá-las.

E os jornais e as TVs do mundo? O que noticiavam o que vendiam? Deixaram de vender mazelas e lágrimas humanas. Vendiam sonhos, anunciavam a esperança...

Quando esta história se tornará realidade? Se todos sonharmos este sonho, um dia ele deixará de ser apenas um sonho.*

*A editora e o autor permitem o uso do texto da grande torre para encenação teatral nas escolas, com o objetivo de homenagear os pais e mestres, desde que citada a fonte. (N.do A.)
(CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003, pp. 159-167).