quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Amélia é que era mulher de verdade...


Setembro de 2015: mais de cinquenta anos depois, comparados quando a minha avó tinha seus 30 anos de idade enquanto, entre minha mãe e eu a diferença são de quase três décadas.

As mudanças na vida da mulher da época da minha avó, para a minha mãe, para mim e para a Iasmin são inenarráveis. Estamos falando de quatro gerações diferentes.

Das histórias que já ouvi de quando a minha mãe era criança, sei que minha avó criou os nove filhos lavando roupa para fora em córrego enquanto ainda cuidava DA CASA.

Nem todos os filhos estudaram. Minha mãe mesmo não terminou o ensino médio até hoje. E quando eu nasci, ficou um tempo sem trabalhar (exigência do meu pai) para cuidar de mim e DA CASA e depois foi fazendo unhas e usando o que recebia apenas para os gastos comigo, enquanto as despesas DA CASA eram únicas e exclusivas do meu pai, até o momento em que ele viveu.

Eu já estudei até a pós-graduação. Mesmo trinta anos atrás, meus pais optaram por terem apenas um filho o que já é uma diferença gritante comparada à minha avó. Lembro-me que nas tarefas DE CASA meu pai sempre lavava o banheiro, fazia as comidas mais gostosas (minha mãe vai pirar quando ler isso), enquanto ela cuidava do restante DA CASA. Mas, nada impedia meu pai de também lavar, passar, varrer... Que comparado ao meu avô então, seria considerado coisas absurdas para um homem fazer.

Entrei nas tarefas DE CASA antes da adolescência. Adorava ajudar o meu pai a lavar o banheiro, comecei arrumando meu quarto, tirando uma poeira e aos poucos já fazia de tudo. Exceto cozinhar e passar que não levo jeito até hoje.

Nunca tivemos uma ajudante mas, as tarefas sempre foram divididas. Por coincidência do destino, meu marido também é o principal responsável pelo banheiro. Porém, como eu fico fora por mais tempo e ao contrário da minha mãe, contribuo com as despesas, hoje ele faz de tudo e me ajuda pra caramba.

O problema está justamente no conflito entre as gerações. Explico: 

Minha avó tinha nove filhos e cuidava Da CASA sozinha ou com a ajuda deles à medida que iam crescendo, porque meu avô naquela época jamais faria uma atividade doméstica.

Minha mãe cuidava DA CASA com mais frequência pois, não trabalhava fora até um determinado tempo e ainda assim tinha a ajuda do meu pai e obvio, não tinha nove filhos.


Eu cuido DA CASA menos ainda, por que fico fora de casa pelo menos onze horas por dia, divido as tarefas com meu marido SIM (embora ele faça mais do que eu), não acho que casa seja só obrigação da mulher e muito menos acho que seja a prioridade da minha vida. Convenhamos, você só tem os finais de semana para curtir seu filho: Opção A – vai colar a barriga no fogão, lavar roupa, passar e deixar a casa um “brinco” para daqui cinco minutos seu filho espalhar todos os brinquedos novamente ou Opção B – vai dá um “tapinha de leve” de forma que mantenha o higiene da casa (é claro), vai trocar o fogão pelo restaurante ou marmitex sempre que puder e ao invés de ficar caprichando e caprichando em vão, vai fazer um mega passeio e se divertir com sua família?

As votações estão abertas! Nem preciso dizer qual é a opção que eu escolhi (risos).

Mas ai meus caros, acontece a terceira guerra mundial. Como vocês sabem, minha mãe mora conosco e o conceito dela de arrumação da casa é completamente oposto ao meu.

Vocês podem ir até minha casa agora e garanto-lhes que não está um chiqueiro. Há o mínimo de organização possível até a Iasmin chegar da escolinha (kkkkkkkkkk). Ela vai brincar, espalhar tudo mas, para a nossa praticidade compramos um baú para os brinquedos e assim que ela dormir, com segundos jogamos tudo lá dentro e a casa estará organizada novamente.

Simples assim!


Passar pano, lavar banheiro e derivados deixamos para fazer uma vez por semana e está de bom tamanho, exceto para a minha mãe!

Na última sexta trocamos, eu lavei o banheiro e o maridão varreu e passou pano em toda casa. No sábado curtimos a preguiça e fizemos passeios rápidos. No domingo eu tirei poeira de tudo enquanto a Iasmin dormia. Na segunda-feira minha mãe fez tudooooooooooooo de novo dizendo que não fazemos nada, que a casa tá uma bagunça, que ela não é a nossa empregada e blá blá blá.....É mole?

A questão é: jamais vamos entrar em um acordo! Eu não tenho vocação para ser Amélia, e imaginem a geração da Iasmin daqui trinta anos. Tenho certeza que vou comparar o pouco que faço hoje com o nada que talvez ela fará no futuro (é o que imagino).

Mas, vamos aceitar que dói menos! Os tempos são outros e as Amélias da época da minha avó estão extintas do mercado.

Hoje o que mais se houve por ai é que os filhos sentem a ausência dos pais que estão sempre mais atarefados com os seus empregos. O pouco tempo que temos para ficar com eles vamos nos ocupar com as tarefas de casa?

“Nem a pau Juvenal!”

É lógico que tem que haver um bom senso, mas, jamais terei obsessão por limpeza ou tarefas domésticas. 

E digo mais! Digite ai no Google “Planejamento das Atividades Domésticas” e verás milhões de dicas que recomendam distribuir as tarefas pelos dias das semanas e não se matar ao fazer tudo de uma vez como era antigamente.

Minha mãe sempre reclama: o que a adianta passar pano e não tirar poeira?

Mas, onde está escrito que os dois devem ser feitos obrigatoriamente juntos?

O planejamento dos afazeres otimiza a realização das atividades, exigindo menos do seu tempo para manter a casa em ordem e agradável. Com um cronograma do que deve ser feito, é mais fácil também delegar tarefas quando não se mora sozinha.

Economizando tempo (e energia!) com as tarefas domésticas, terá mais disposição para as atividades que você realmente ama.

Por fim, só lamento mãe! (Vou dar a louca quando a Iasmin falar assim comigo, ráh! Mas, faz parte do ofício rsrsrsrsrs...)

“Amélia é que era mulher de verdade...”

E eu? Estou longe disso e nem quero ser uma!

Até o próximo post!

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