terça-feira, 11 de novembro de 2014

Festa da Família na Escola de Iasmin (Parceria Família e Escola)

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Olá pessoal!

No último sábado, aconteceu a Festa da Família na escolinha da Iasmin.

Eu nunca tinha ido a uma e não me lembro se nos meus tempos de criança, elas aconteciam.
O objetivo de resgatar a presença e participação dos pais na escola é mais do que louvável e eu fiquei encantada e emocionada com o que vi.

Definitivamente nossos filhos se tornam outros quando estão no ambiente escolar.

Não imaginava a quantidade de atividades que a Iasmin fazia na escolinha mesmo sendo tão pequena e como ela fica a vontade neste seu mundinho particular.

Foto Pessoal
A sensação que tivemos é que ela queria nos mostrar cada detalhe, estava eufórica e aproveitou cada atração.

Ela fez pintura com as próprias mãozinhas, descobrimos que já tem um brinquedo preferido que não temos em casa (mas já mandamos a cartinha para o Papai Noel, rsrsrs), se diverte muito na frente do espelho o que é ótimo para o seu desenvolvimento e aprende a se virar literalmente. De um lado para o outro vai ganhando confiança em seus próprios movimentos, querendo ir cada vez mais longe.

Foto Pessoal
A escola escolheu a Água como tema da festa aproveitando o momento para um trabalho de conscientização coletiva.

As crianças fizeram apresentações de Ballet e Judô e fomos surpreendidos com exposições de fotos das famílias, livros que relatam o desenvolvimento de cada aluno e oficinas familiares.

Quantos pais não têm estes momentos de lazer e interação com os filhos dentro de suas próprias casas?

Por fim, houve um lanche no modelo “festa americana”  que serviu para ensinar dos pequenos aos adultos a importância do compartilhamento e ali, cada um dividia o que tinha independente de uns terem mais e outros menos.

A mensagem final é que todos somos iguais e devemos e zelar por nossos bens mais precisos. Água, alimento e família principalmente.

Uma família unida é capaz de superar qualquer desafio.

E minha emoção surgiu justamente dai, dos momentos maravilhosos que tivemos junto com a nossa filha (...)

Gostaria de aproveitar o assunto “escola” e contar uma cena que minha mãe presenciou há alguns dias.

Próximo a nossa casa há uma escola pública de ensino fundamental. Após o término das aulas da manhã, minha mãe saiu de casa e viu que dois meninos de aproximadamente sete anos e uma menina iam embora sem a presença de um maior.

Um dos meninos insultava o outro aparentemente mais tímido com diversos palavrões. Minha mãe disse para o que estava sendo ofendido para não ligar e ir para o outro lado da rua, distanciando-se assim do “colega”.

Foto da Internet
Ele obedeceu mesmo sem conhecê-la, mas antes de acabar de atravessar o outro o atacou com socos e ponta pés, agarrando-o pelo cabelo e pescoço.

A menininha ficou só olhando e minha mãe foi tentar separar. O outro não reagiu e apanhou bastante. A briga só acabou, porque um homem foi ajudar a minha mãe a separá-los e colocou o “agressor” para correr.

Ao socorrer o que apanhou mais, minha mãe perguntou o seu nome, onde ele morava, dizia que ia ligar para os pais dele e ele então, teve uma crise de choro dizendo que não precisava, pois a mãe trabalhava o dia todo fora e ele ficava sozinho em casa.

Minha mãe se comoveu e disse que queria explicar a mãe dele que ele não causou a briga. Que a mãe deveria ficar sabendo sim do ocorrido e procurar a escola.

Ele disse que iria contar e que não sabia o motivo do outro ter feito o que fez e que há dias estava sendo “perseguido” pelo colega (uma forma de bullying que os pais devem se atentar). Foi se acalmando e seguiu seu caminho sem aceitar a ajuda da minha mãe.

Após o ocorrido, minha mãe passou a vigiar as saídas da escola na expectativa de encontrar com os meninos mais uma vez e saber qual foi o desfecho da história.

Viu o “agressor” (sei que este termo é pesado ao se tratar de uma criança, mas não consigo encontrar outro para diferenciá-los), mas sentiu receio em aproximar-se, pois desta vez ele estava na companhia de vários adolescentes de seus 17, 18 anos que o levava para a escola.

E por fim encontrou com o “agredido” na companhia de outro coleguinha. Ao chamar por ele, disse que tinha ficado preocupada naquele dia.

Ele simplesmente deu um sorriso e a abraçou (minha mãe chorou até né?!). Contou que ficou com o pescoço marcado por alguns dias e que sua mãe foi na escola. A diretora chamou o outro menino e que até o momento parou de mexer com ele.

Minha mãe disse para ele arrumar uma companhia para ir e voltar da escola e ele abraçou o novo coleguinha dizendo: “olha meu amigo aqui!”.

O amigo disse que o outro (agressor) era assim mesmo. Morava no “morro” e implicava com os outros atoa. Minha mãe ressaltou para eles não “darem corda” e qualquer coisa avisar aos pais e a diretora da escola.

Eles agradeceram e se foram....

E assim temos duas histórias diferentes mas que se completam.

O encantamento com a festa na escola da Iasmin e a decepção e medo ao ver minha mãe relatar o caso destes meninos.

Medo porque minha filha vai crescer e não sei como estará o mundo que lhe espera.

Não quero achar culpados, mas vejam como são dois extremos. Enquanto uma escola tentar trazer a família para perto de seus filhos, a realidade é que as crianças tendem a ficar longe de seus pais o dia todo. Sofrem bullying e agressões nas ruas ou na própria escola e em muitos casos os pais nem ficam sabendo.

Meu coração se despedaça em imaginar minha filha em uma situação como esta.

São crianças, crianças que por algum motivo crescem violentas, agridem os coleguinhas e sabe-se lá qual futuro vão ter.

Vamos “chutar” que o “agressor” deve ficar só no meio de adolescentes, vendo coisas improprias para sua idade e o “agredido” justamente por ficar sozinho, tem uma carência maior de afeto, defesa, etc., sei lá....

Mas repito são crianças e crianças não podem ser culpadas.

O papel da escola em tentar trazer a família para mais perto de seus filhos é de grande valia, mas a nossa responsabilidade é muito maior.

Eu mesma não sabia com tamanha clareza o que se passava com a minha filha na escola.
Aprendi depois da festa. E ainda assim me pergunto como vai ser à medida que ela for crescendo.
Educar não é uma tarefa nada fácil nos dias de hoje e por mais que eu tenha percebido uma Iasmin diferente na escolinha, ela reflete aquilo que aprende em casa.

Se presenciar brigas, palavrões e outras coisas negativas em casa fará o mesmo com os seus coleguinhas. Da mesma forma que minha ausência pode ser tamanha que posso cometer o erro de não perceber que ela esteja passando por uma situação difícil na vida escolar.

Estou colocando em primeira pessoa, pois não sei o que se passou na cabeça da primeira mãe que chegou do trabalho e viu o filho todo machucado e da segunda mãe que recebeu a noticia que seu filhou agrediu violentamente o coleguinha da escola na rua.

Não sei em qual situação se encontra estas duas famílias. Não sei se nesta escola tem a festa da família. Não sei se escola e família estão em parceria nestes e em outros casos.

Parceria!

Acho que esta palavra resume tudo. 

Não devemos inverter responsabilidades e sim caminhar lado a lado – família e escola – para que nossos filhos ou alunos se tornem cidadãos de bem.

E que fique estes dois exemplos para a nossa reflexão.

Até o próximo post.

*Rúbia Lisboa






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