sexta-feira, 6 de maio de 2016

Encerrando um capitulo, começando uma nova história.

Revista Época

Enfim está chegando o dia de encerrar um dos maiores capítulos da minha vida.

Ia deixar esta postagem mais para frente mas, o rumo dos acontecimentos mudaram os meus planejamentos.

Depois de praticamente 10 anos (se eu considerar toda a minha trajetória) estou oficialmente deixando a instituição onde trabalho.

Meu aviso prévio termina na próxima terça-feira.

Detesto despedidas e já estou recebendo os mais variados cumprimentos.

Porém dois determinados comentários me fizeram respirar fundo e contar até mil:

“Vai largar o emprego para ficar em casa? ”

“Você está muito feliz para quem está perdendo o emprego! ”

Não vou largar o emprego para simplesmente ficar em casa, e sim para dar a devida atenção, amor e carinho que minha filha e família merece.

Atitude digna de várias mulheres pelo mundo inteiro.

Ficar em casa não é desmerecedor e sim um ato de coragem tanto quanto trabalhar fora.

Não vou deixar de trabalhar, mas, busco por oportunidades que me permitam ser mãe e profissional ao mesmo tempo e infelizmente (quantas vezes já contei isso para vocês) o  meu horário de trabalho me impedia de conciliar as duas coisas.

Não estou feliz por estar perdendo meu emprego, estou feliz por estar com a consciência tranquila, por seguir o caminho que escolhi para mim. Não foi uma atitude precipitada e ela vem sendo “moldada” desde que a Iasmin nasceu. Ou seja, há dois anos que espero por este momento.

Na minha apresentação do primeiro Conecta Mães BH levei alguns dados de pesquisas que são válidos para a nossa reflexão e caem bem a calhar agora:

Somos nós mulheres quem ouvimos nas entrevistas de emprego ou de nossos chefes, questionamentos do tipo: “se seu filho se machucar na escola você terá que sair no meio do expediente para busca-lo? ” (Não preciso dizer que a resposta é óbvia né?)
Assédio moral e maus tratos a grávidas e mães são muito comuns, mesmo que não aconteçam de forma tão ostensiva;
Em 85% das empresas brasileiras, menos da metade das funcionárias volta ao trabalho depois do período de licença-maternidade.
58% das mulheres passam a trabalhar de casa depois da licença maternidade;
74% ficam mais tempo com os filhos depois que se tornam empresárias;
75% estão mais realizadas profissionalmente depois de virarem empreendedoras (após à maternidade)
O time dos negócios tocados por mulheres no Brasil só cresce. Nos últimos três anos e meio elas foram responsáveis por 51% dos 23 milhões de novas empresas do país.

O filme O Começo da Vida está em cartaz agora e não vejo a hora de poder assistir.

Venho acompanhando as suas movimentações e já estou apaixonada antes mesmo de vê-lo.

Indico do fundo do meu coração para todas essas pessoas que possuem julgamentos formados quanto a maternidade e preconceitos quando o “ficar em casa”.

Fazendo das defesas do filme as minhas palavras, “investir no desenvolvimento infantil é investir na sociedade, fazendo do mundo um lugar melhor”.

E eu quero contribuir para isso.

Ser uma mãe ausente na primeira infância da Iasmin, vai impactar negativamente no futuro dela. Enquanto cuidar bem dela agora, contribui para o pleno desenvolvimento e gera impactos positivos para toda a vida.

Tenho total consciência do momento em que estamos vivendo no País. Crise, desemprego, preços elevados e de fato não é a melhor época para “ficar em casa”.

Mas, pela minha filha, vou correr o risco e todos os outros desafios que surgirem.

Sei que não vai ser fácil, mas, se temos um objetivo na vida, temos que acreditar que somos capazes.
Do contrário nunca vamos sair do lugar, não é mesmo?

Serei eternamente grata a empresa onde trabalhei por tanto tempo e que considero como uma segunda família.

Mas, como diz o ditado, nada é para sempre e nem por acaso.

Tenho sim uma expectativa de futuro no Conecta, afinal já somos mais de 700 mulheres com o mesmo objetivo na que é possibilitar o bem-estar de nossos filhos através do empreendedorismo materno.

Tomo posse que dará certo e já deu certo!

Temos tudo para crescer ainda mais e seguir em frente.

Há um texto que gosto muito cujo título é “POR QUÊ AS MULHERES NECESSITAM DE UMA TRIBO”.

Segundo ele, “Estar com outras mulheres ajuda você a ser uma mãe melhor, uma pessoa melhor, e com o apoio moral, físico, emocional e mental é criado um ambiente harmonioso para as crianças, a família e toda sociedade prosperar. (...) As mulheres instintivamente sabem como nutrir a outra, e apenas estar umas com as outras já é restaurador. ”

E eu comprovei que tudo isso é verdade depois que o Conecta surgiu na minha vida.

O Conecta é hoje a minha tribo!

Estou muito mais feliz e realizada mesmo sem ter nenhum retorno financeiro até então.
Já dizia Confúcio: “Escolha um trabalho que você ame e não terá de trabalhar um único dia de sua vida”.

O lucro será consequência daquilo que você realmente faz com amor.

Então estou aí!

Praticamente em casa, feliz e com o currículo à disposição desde que eu possa trabalhar sem ter que renunciar tanto da minha filha.

Afinal, “Pois é Sou Mãe” e esta foi a minha melhor escolha.

Até o próximo post.

O Conecta Mãe está na revista Canguru de Maio


Apresentação no I Conecta Mães BH - Foto de Junia Souza



Dica de leitura: 

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